Wednesday, December 08, 2010

Ensaio sobre o retorno


Hoje não quero quero fazer poesia e rimas não me interessam, hoje só quero sentir. Quero perguntar, andar sem rumo e contar mentiras. Algumas horas de caminhada pela madrugada de uma cidade iluminada de estrelas natalinas, pinheiros e presépios mas igualmente vazia: nem mendigos, seguranças ou trabalhadores trocando seu turno. Andando pelas faixas brancas com a cabeça abaixada e questionando.
A vida eternamente retornável, da aurora ao crepúsculo, multifacetária e que quando se projeta torna tudo possível, cada fato diferente. A chance é de quem vive, quem se adapta. Se é difícil saber da verdade seria mais uma pergunta sem resposta, pois a verdade é renovável. Difícil é viver sabendo de tudo e não poder fazer nada, sem graça, sem sal e por vezes insano.
O quanto nos vale um ato? Por que morremos? Uma pessoa em quinze minutos ou pela eternidade? Onde e quando será o futuro? Perguntas desprezíveis de meros seres humanos a mercê de forças que nem podemos explicar.
Somos bruxos, entusiastas fantasmagóricos. A puta e a dama andam juntas onde amar é mais complicado do que andar sobre a água, onde a escrita em metáforas serve somente para os que são merecedores da sua compreensão, onde para se viver é necessário conhecer o erro e o perdão não existe.
A ignorância é soprada em sussurros, eu sou fraco, mas sagaz o suficiente para retornar, como a vida que se não contada em rimas perderia a graça e mesmo assim as palavras acabam.

Rubens Henrique Rech


"Eu sou eu, você é você.

Eu faço as minhas coisas e você faz as suas coisas.

Eu sou eu, você é você.

Não estou neste mundo para viver de acordo com as suas expectativas.

E nem você o está para viver de acordo com as minhas.

Eu sou eu, você é você.

Se por acaso nos encontrarmos, é lindo. Se não, não há o que fazer. "

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