Sunday, December 28, 2008

PAIXÃO + DESEJO = SEXO < AMOR


Quando fazemos amor com uma mulher, vimo-nos por causa da paixão. Quando fazemos amor com uma mulher por muitos anos, vimo-nos por causa da fricção. A paixão é luxúria idolatrada pelo frêmito. O frêmito com o tempo é reduzido a cinzas, e o que resta é uma luxúria insignificante, uma contribuição inevitável à fisiologia. Só depois de algum tempo é que eu percebi até que ponto a paixão é espiritual. A alma perde o frêmito, que só se obtém através da novidade. Lutar pela novidade é o mesmo que lutar pelo conhecimento. Se o conhecimento é pecaminoso, então tudo o que é novo é pecaminoso. É por isso que a força dos laços familiares se baseia na tradição e no costume antigo. A intrusão da novidade, do novo conhecimento no namoro, só o destrói. Cada adultério é uma renovação do pecado do conhecimento. Com o tempo, a espiritualidade do frêmito pela nossa mulher não desaparece, transforma-se em filhos, transforma-se na alma da criança. Talvez seja por isso que a Igreja Católica, embora ciente de que o frêmito desaparece no casamento, considera a cópula pecaminosa se não tiver o objetivo de engravidar. Esta proibição prolonga a vida da paixão, porque o período de continência é tão longo que, quando os esposos caem avidamente nos braços um do outro para conceber um novo bebê, o tédio é esquecido e o frêmito revive. Dali a um mês ou dois, o frêmito desaparece outra vez e é substituído pelo hábito, mas nesta altura a mulher está outra vez grávida e a cópula tem de parar, de acordo com a proibição.




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