Thursday, February 10, 2011

Só os velhos choram


Um labirinto alto e sem portas, sem escadas. Um fantasma em cada esquina, um amor em cada buraco e uma cova em cada anjo encontrado. Um risco de sangue traça o caminho de meu destino para onde quer que eu for. Lá embaixo o circo está cheio e eles se divertem muito com cada erro e cada acerto cometido pois o grande irmão está de olhos bem abertos, um movimento e tudo acaba, um passo e tudo está no início. Tem que ser lento, o físico refletindo a dor da sua alma, centímetro por centímetro, do calor ao frio em meio as mentiras que você quer acreditar que são verdades. Lá e de volta... Sem opções, gostar ou não é sem diferença, pois o fim é sempre igual, divino em um dia, até poder acostumar e, demoníaco depois que o conforto já lhe causou a sensação de vencedor. Aquele tiro que te impulsiona na hora da largada é o mesmo que te mata na faixa final. Viver em paz essa eterna guerra ou chorar os dias que não voltam mais? Nesses dias quando uma lágrima é derramada ela evapora antes mesmo de chegar ao chão e no seu caminho não existe uma mão para lhe secar.

1 comment:

Vinícius Alexandre said...

Excelente post, cara... Muito bacana a forma que você trata a antítese no texto e a utiliza como recurso pra descrição do seu pensamento... Tu é um escritor... tem veia pra isso...